sexta-feira, 11 de setembro de 2009

um capítulo: totalmente da roça

caraíva, 19 de novembro de 2008:

antes, a gafe do dia: eu e o hóspede recém-chegado, na cozinha da pousada, esquentando a mamadeira do filho dele.
pergunto: "onde aprendeu a falar português tão bem?"
ele:  "com meu pai e minha mãe. sou português."

putz!!

entonces, sábado passado teve festa nas duas aldeias indígenas de Caraíva. de dia, em Porto do Boi, a aldeia do rio, pela reinauguração do centro cultural e à noite, em Barra Velha, a aldeia do mar, pela chegada da luz.

fiz os cartazes de divulgação da festa em Porto do Boi e como agradecimento, além de ida e volta de lancha grátis na hora que eu quisesse, ganhei do líder da aldeia, com as mãos ainda manchadas de sangue, o fígado do boi que seria o churrasco do dia seguinte que comemos 5 pessoas, era enorme! também ganhei duas sacolas de mangaba e alguns abacaxis que brotam que nem chuchu pros lados de lá. foi semana também de ganhar camarão já limpinho e pote de doce de caju em calda, afinal, a galera vive catando caju no meu quintal. hoje estou em Porto Seguro. vim ontem pr´aquelas tais comprinhas... e aproveitei pra ir conhecer Coroa Vermelha. achei a coisa mais linda a cidadezinha e saí de lá carregada de sacolas cheias de cocares, saias de índio e apetrechos. a preço de banana pro carnaval das amigas! que emocionante! Coroa Vermelha, eu recomendo!

ah mas eu estou aqui pra contar das festas da aldeia. na festa do dia ia rolar um boi mais não sei quantos quilos de peixe assado na folha da patioba, e casamento. cheguei atrasada porque de manhã dou aula e ainda era dia da prefeitura fazendo alvará da galera pro funcionamento do som. inclusive foi lindo, porque o Nil, caseiro do Lagoa, teve que colocar as caixas de som pra fora e o som bombou dando vontade enorme de chegar logo o verão que promete! então, perdi o casamento, mas todos os hóspedes do Lagoa e outros turistas viram porque chegaram cedo. peguei um carrapato lá pra acrescentar aos meus 5 bichos de pé mensais. e de lá uma galera de moto, os meninos daqui chamando e chamando pra outra festa, da outra aldeia, e eu não não, nem, não vou, vou esperar o fulano que vai vir me pegar na lancha, e eles e elas, não não, vamos pra Barra Velha, Carol! acabei indo. 3 motos, 3 meninos cada um com uma menina na garupa. todo mundo sem capacete num rali em estrada de terra rumo à aldeia mãe. totalmente da roça. e no caminho a moto de um estragou, e a Daiane teve que dividir a garupa comigo. e eu preocupada com ela, agarrando-a com força pra ela não cair, afinal éramos 3 numa moto, e ela nem aí, chupando pirulito. mas cada vez que o Nem acelerava un poquito más ela me apertava muito e eu rachava de rir. chegando lá, uma vendinha que tinha cerveja em lata morna e picolé de cupuaçu de 50 centavos, música brega e todos os índios com um bonezinho branco que dizia: luz para todos. ficamos menos de 15 minutos e voltamos pro Lagoa no mesmo rali. very cultural. que calor!!

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