terça-feira, 1 de setembro de 2009

um capítulo: a maldição de maio

Caraíva, 9 de maio de 2008:

para: Amanda Machado


o último feriado do ano se aproxima. alguém não sabe disso? pelo menos quem trabalha de segunda a sexta, de 8 às 18h, tenho certeza que já sabe faz tempo. mas vou contar pra vocês: mesmo maio tendo dois feriados “puente”, maio em caraíva é o PURGATÓRIO!!! gente, socorro!! eu quero ir embora! calma, é maio. todo mundo te avisou. no forró, sem te conhecerem, já te perguntavam: vai agüentar ficar na baixa??? que pergunta estapafúrdia: é claro. é claro? agora você começa a mudar de idéia. você não imaginou que seria assim. você desfrutando de cada novidade e as surpresas ainda acontecendo. você ainda achou graça depois de tropeçar num buraco enorme de guaiamum (carangueijo), dentro do lagoa, na grama. mas gente, socorro! logo acabou o feriado e fui tomada por algo novo, mas um novo indesejado, terrível e sufocante, esse tédio. alguém me tira daqui? me leva nem que seja pra comprar peixe em porto seguro. ou arroz integral no arraial! outro dia fui pra trancoso comprar cimento. e fomos de carro, eu e o picapau. foi super divertido. o vendedor da loja de material de construção, depois de eu efetuar a compra assinando tranquilamente a notinha do cartão de crédito, me disse: agora temos que buscar o cimento no depósito da loja. vocês me seguem. e saiu de bicicleta, seu companheiro de motinho e eu e picapau de carro atrás deles. só bahia! que delícia! desnecessário dizer que o cara trabalhava de bermuda e chinelo e que nós nos perdemos dele no caminho e tivemos que voltar na loja pra perguntar onde era o depósito. onde? na mesma rua e há 2 quarteirões. muito longe pra um bahiano. muito carro pra um caraivano. desnorteia. foi uma delícia passear de carro por trancoso e arraial. nesse dia nem chegamos a porto. mesmo enchendo o carrinho do supermercado até mais não caber uma batata, o imprescindível nesse dia era comprar os 200kg de cimento (obras no lagoa). em arraial foi surreal comer num restaurante comida a quilo (tantas opções!!), saborear variedades do tipo ovinho de codorna, espinafre e carne vermelha. ai, e picolé de alpino. nossa!!! morreria ali! e passear de carro parando de vez em quando, quando desse na telha: ah vamos tomar uma cervejinha ali? vamos entrar nessa igrejinha aqui? vamos ver se nessa farmácia tem injeção de rubranova? e depois veio o feriado. uns dias lindos, que sorte pra quem veio, o mar de cor verde água, caraíva mais cheia que na semana santa e um calor ameno sem ser aquele insuportável adorável não posso reclamar que tem feito. ufa!! e eu trabalhei igual gente grande! até estressei. ai, estressei mesmo esse dia em especial que culminou em quase ficar bêbada de catuaba no forró. bêbada no forró não combina, tãopouco ficar bêbada combina comigo. que disparate! sinal de algo que não vai bem. aula de ioga no dia seguinte? os 5 ritos tibetanos do dejalma em jejum? ni hablar! eu quero vomitar! mas comi no café da manhã e fiquei nova. pra minha sorte, porque nesse dia estava nubladinho e o lagoa bombou de dia. e a cozinha ainda não estava aberta e sobrou pra gente ter que ir pra cozinha fazer caipirinha, café e até chocolate quente. imagina se eu previsse isso de manhã quando acordei tonta e altamente indisposta? me jogaria das falésias, é fato. e de noite eu estava no forró de novo (feriado tem todo dia), porque a andrea me arrastou e amou aquilo lá e só voltamos nós duas quando o pelé já tinha fechado as portas. e no dia seguinte... tudo de novo...


 *inspirado no livro "O Paraíso na outra esquina", de Mario Vargas Llosa.

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