caraíva, 1 de agosto de 2008
para: Leu e Sil
para: Leu e Sil
na beira do rio:
- cheira, leuzinha!
- chupa, silmar.
é assim que a malandragem, ou a nativada, ou, os meninos daqui, se cumprimentam. pode soar estranho ou vulgar pra vocês, mas é assim que eles dão oi e eu acho a maior graça. aqui ninguém é chamado pelo nome: lucimário é zezinho, rodrigo é manga rosa, gerônimo é cú, ângelo é cantor, sérgio é caceta, dario é bazuca, davi é da lua, tem pé de boi, pelé, berinjela, bibelô, cobrinha, petróleo, batata, siri..
julho aqui está uma delícia. forró todo dia. ouriço ou pelé. a gente nem deixa mais a luz da pousada acesa porque quando chega já é de manhã. estou amando mais do que nunca. adorando as pessoas daqui (e isso inclui nativos e moradores). adoro todos eles. me alegra muito mais eles estarem na praia ou no forró do que qualquer outra pessoa. é tudo muito diferente agora. como se fizéssemos parte de uma mesma família. e é muito louco pensar que aquela monotonia da baixa vai voltar. agora é uma delícia, uma saidinha de dia na beira do rio e tem o Juninho e os outros meninos do Triângulo Caraíva tocando de brincadeira, ou tem roda de capoeira do Silmar, ou os meninos do chorinho do C araivana tocando no café da manhã do Cará Café ou visita de amigos, e também dos novos amigos, gente que tem casa aqui e vira e mexe aparece. movimento e novidade.
teve dois dias de churrasco, porque a malandragem venceu no futebol e por isso ganharam um boi. então foram dois dias de muita carne, muita cerveja e festa. sendo no mesmo dia do samba no Pará e de lá então, todo mundo pro lagoa. trabalhei igual gente grande. bombando igual noite de verão.
diz-se que a graça da vida é não saber. nesse caso aqui é certo. pois na recepção do lagoa mora agora um morceguinho. ele sempre morou mas eu ingênua sempre achei que fosse uma bruxa e convivia feliz com ela nos seus vôos diários das 5 da tarde, que é quando começa a escurecer. até uns nativinhos me dizerem que a bruxa era um morcego. e agora eu peno, não consigo fazer nada até ele sumir. mas eu sei que vou me acostumar. e de repente, parece que é época de morcego. tem mil deles sobrevoando a lagoa à noite. e esses parecem que vieram com defeito no radar, porque dão rasante na gente. eles batem no nosso cabelo, no nosso cílio. esse é o problema, senão eu juro que também me acostumaria com eles. eu vou acostumar eu vou acostumar eu vou.
ontem fui passear em nova caraíva. foi tão legal!! estava indo pro satu sozinha, afim de caminhar, mas dei a sorte de encontrar o Sandro pescando robalo na beira do rio e daí ele foi comigo. lá ele me convidou pra almoçar em sua casa, do outro lado, em nova caraíva. ele sempre me faz os melhores convites. então, na volta do satu, fomos por dentro do rio com água até o joelho rumo a nova caraíva. foi bom demais, me senti na roça. de cara ao entrar na cidade, um bar com uma sinuca e música brega. ele disse: aqui só tem música desse tipo. mas mesmo assim eu tive que sentar no bar pra tomar uma cervejinha. very cultural. a casa dele parecia de boneca, deu vontade de ficar o dia todo almoçando na mesinha de madeira do lado de fora rodeada de galinhas, árvores e terra vermelha por todos os lados. na volta, 5:30h da tarde, ele voltou remando a canoa do Tazinho. o dia estava lindo e ainda peguei a D. Izabel indo embora arretada me xingando porque eu tinha pedido pra ela reservar um acarajé e sumi!!
maaaaaaaaaaaaas, a novidade maior é que... peguei piolho!!!!!!!!!!!! estou na roça mesmo, que delícia!! e também já passou. não durou nem dois dias. nada que dez minutos com o cabelo de molho num shampuzinho não resolvesse. eu jamais imaginaria que uma coceirinha pudesse ser piolho!!!!!!! mas o Iratan uma vez comentou comigo que foi num forró do cabrobró, e lembro dele dizer "daqueles que você pega até piolho, sabe!?" achei surreal. pra mim isso era coisa que só acontecia quando a gente é criança. gastei uma fortuna no shampuzinho e fui pro banheiro com aquele pente fino, lembram disso né!? coloquei minha saia preta aberta no colo e pra meu horror: cai uma lêndia. tipo um carrapatinho branco espichado cheio de garrinhas. menos mal que cada dia que passa sou menos fresca.
ai, e no caminho do satu, tinha 2 pinguins mortos. que dó. resgataram dois vivos e eles estão guardados numa caixa, aqui na casa do vizinho esperando a marinha vir buscar. também já começaram a espalhar cartazes com o telefone pra resgate das baleias jubarte que começam a encalhar na praia nessa época.
- cheira, leuzinha!
- chupa, silmar.
é assim que a malandragem, ou a nativada, ou, os meninos daqui, se cumprimentam. pode soar estranho ou vulgar pra vocês, mas é assim que eles dão oi e eu acho a maior graça. aqui ninguém é chamado pelo nome: lucimário é zezinho, rodrigo é manga rosa, gerônimo é cú, ângelo é cantor, sérgio é caceta, dario é bazuca, davi é da lua, tem pé de boi, pelé, berinjela, bibelô, cobrinha, petróleo, batata, siri..
julho aqui está uma delícia. forró todo dia. ouriço ou pelé. a gente nem deixa mais a luz da pousada acesa porque quando chega já é de manhã. estou amando mais do que nunca. adorando as pessoas daqui (e isso inclui nativos e moradores). adoro todos eles. me alegra muito mais eles estarem na praia ou no forró do que qualquer outra pessoa. é tudo muito diferente agora. como se fizéssemos parte de uma mesma família. e é muito louco pensar que aquela monotonia da baixa vai voltar. agora é uma delícia, uma saidinha de dia na beira do rio e tem o Juninho e os outros meninos do Triângulo Caraíva tocando de brincadeira, ou tem roda de capoeira do Silmar, ou os meninos do chorinho do C araivana tocando no café da manhã do Cará Café ou visita de amigos, e também dos novos amigos, gente que tem casa aqui e vira e mexe aparece. movimento e novidade.
teve dois dias de churrasco, porque a malandragem venceu no futebol e por isso ganharam um boi. então foram dois dias de muita carne, muita cerveja e festa. sendo no mesmo dia do samba no Pará e de lá então, todo mundo pro lagoa. trabalhei igual gente grande. bombando igual noite de verão.
diz-se que a graça da vida é não saber. nesse caso aqui é certo. pois na recepção do lagoa mora agora um morceguinho. ele sempre morou mas eu ingênua sempre achei que fosse uma bruxa e convivia feliz com ela nos seus vôos diários das 5 da tarde, que é quando começa a escurecer. até uns nativinhos me dizerem que a bruxa era um morcego. e agora eu peno, não consigo fazer nada até ele sumir. mas eu sei que vou me acostumar. e de repente, parece que é época de morcego. tem mil deles sobrevoando a lagoa à noite. e esses parecem que vieram com defeito no radar, porque dão rasante na gente. eles batem no nosso cabelo, no nosso cílio. esse é o problema, senão eu juro que também me acostumaria com eles. eu vou acostumar eu vou acostumar eu vou.
ontem fui passear em nova caraíva. foi tão legal!! estava indo pro satu sozinha, afim de caminhar, mas dei a sorte de encontrar o Sandro pescando robalo na beira do rio e daí ele foi comigo. lá ele me convidou pra almoçar em sua casa, do outro lado, em nova caraíva. ele sempre me faz os melhores convites. então, na volta do satu, fomos por dentro do rio com água até o joelho rumo a nova caraíva. foi bom demais, me senti na roça. de cara ao entrar na cidade, um bar com uma sinuca e música brega. ele disse: aqui só tem música desse tipo. mas mesmo assim eu tive que sentar no bar pra tomar uma cervejinha. very cultural. a casa dele parecia de boneca, deu vontade de ficar o dia todo almoçando na mesinha de madeira do lado de fora rodeada de galinhas, árvores e terra vermelha por todos os lados. na volta, 5:30h da tarde, ele voltou remando a canoa do Tazinho. o dia estava lindo e ainda peguei a D. Izabel indo embora arretada me xingando porque eu tinha pedido pra ela reservar um acarajé e sumi!!
maaaaaaaaaaaaas, a novidade maior é que... peguei piolho!!!!!!!!!!!! estou na roça mesmo, que delícia!! e também já passou. não durou nem dois dias. nada que dez minutos com o cabelo de molho num shampuzinho não resolvesse. eu jamais imaginaria que uma coceirinha pudesse ser piolho!!!!!!! mas o Iratan uma vez comentou comigo que foi num forró do cabrobró, e lembro dele dizer "daqueles que você pega até piolho, sabe!?" achei surreal. pra mim isso era coisa que só acontecia quando a gente é criança. gastei uma fortuna no shampuzinho e fui pro banheiro com aquele pente fino, lembram disso né!? coloquei minha saia preta aberta no colo e pra meu horror: cai uma lêndia. tipo um carrapatinho branco espichado cheio de garrinhas. menos mal que cada dia que passa sou menos fresca.
ai, e no caminho do satu, tinha 2 pinguins mortos. que dó. resgataram dois vivos e eles estão guardados numa caixa, aqui na casa do vizinho esperando a marinha vir buscar. também já começaram a espalhar cartazes com o telefone pra resgate das baleias jubarte que começam a encalhar na praia nessa época.
Oi , adorei as historias estou com o coração apertado morrendo de vontade de aparecer por ai , ( na hora certa),mando um abraço para a familia Lagoa que me acolheu de corção e a todos os Caraivanos ,logo apareço por ai beijos.
ResponderExcluirIratan
Acho que esse é dos meus preferidos!
ResponderExcluiré tudo junto! morcego, piolho, musica brega, terra vermelha, canoa... Eta, como vc conseguiu largar?!
silvinha, vc acha? gosto da parte da casa do sandro e do inusitado. sabe que ontem com aquela lua cheia gigante, tive muita vontade de estar dentro de uma canoa no rio caraíva? mas acho que reveillon será com lua cheia tb!! beijinhos, obrigada!!
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