"no amor, o mais profundo é a pele"
paul valéry
A: prefiro a metáfora do maracujá doce (lambuze-se antes que murche!) do que a comparação vazio-falta.
B: prefiro metonímias, à parte pelo todo.
A: prefiro acreditar que a falta nos move
B: prefiro acreditar que minhas pernas me movem.
A: e tranquilizar-me sabendo que a completude só com a morte.
B: e tranquilizar-me com a plenitude do vazio e a falta de pensamento.
A: prefiro o real (ele existe?) ao virtual (ele existe), ainda que este seja uma saída.
B: prefiro o real instante que me escapa e o virtual seu espelho.
A: prefiro a emoção ao superficial.
B: prefiro a emoção na superfície da pele.
A: gosto da ideia do eterno enquanto dure,
B: gosto de enterrar a ideia de eterno no duro chão da terra,
A: ainda que efêmero, mas traspassado pelos tais cinco sentidos,
B: ainda que enterrada, iluminar o infinito de todos os sentires,
A: assim à flor da pele.
B: assim como uma flor que nasce.
nesse vazio cabe apenas o silêncio:
"a primeira coisa que existiu".
não falta nada.
está tudo aqui.
A: o silêncio é uma virtude.
B: o silêncio é uma atitude.
B: mais um beijo virtual/real.
A: beijo real (prefiro).
palavras ao vento elétrico dos bits.
(pintura: os amantes, de rené magritte)
(pintura: os amantes, de rené magritte)