atualmente meninas bonitas têm povoado meu cotidiano. personagens novas e novinhas, bonitinhas e cuidadosas. vanessa, taís, larissa... as veterinárias de meus filhotes felinos. eu, mãe de primeira viagem que sou, tenho o número delas também na gaveta do trabalho e em ímã de geladeira. eu, mãe solteira que sou, encontro tempo entre "un subtítulo y otro" para passear com meu Bahia e minha Dolores, no calçadão de copacabana. quero filhotes sociáveis, doces e rueiros.
a paisagem é outra. das ruas vejo outras bandeiras na varanda dos prédios. os gatos têm me acompanhado a bares com telão na esquininha de casa, onde o assunto da mesa no burburinho sagrado das quartas-feiras, é futebol. aqui no rio de janeiro, o brasileiro parece gostar mais ainda do tema.
rodeada por amigas fanáticas, uma flamenguista, outra tricolor, e ainda um chefe que perde o sono pelo botafogo, eu que sempre corri de TV em bar, jamais imaginaria que participaria destas rodas. aqui se faz aqui se paga, é fato e eu curto.
é tanta paixão, essa do brasileiro pelo futebol (ou será a torcida flamenguista que causa tanta euforia?) que no avião que sobrevoava o planalto central ontem, até o piloto avisou: a quem lhe interessar, o resultado do jogo foi 2x1 para o Flamengo. e 20 minutos mais tarde: a quem lhe interessar, 2x0 para o Fluminense. eu que não sou nem um nem outro, sorri pela vitória dos cariocas. chegando no rio, era tudo preto e vermelho, até o chão.
mesmo assim meu coração ainda canta: eu sou Cruzeiro, meu pai. enquanto vejo filme com ar condicionado com o Bahia de um lado e Dolores de outro.
no silêncio justo de minha casa, não me falta nada.