caraíva, 29 de março de 2008:
pra quem nunca veio aqui, caraíva tem um mascota. é um nativo de físico bem atípico, baixinho, figurinha, com poucos dentes na boca. o nome dele é depim. apelido, porque aqui quase ninguém é chamado pelo nome. não sabemos o que ele tem, mas está quase sempre bêbado e usa um uniforme militar nos dias de forró. a malandragem zoa muito com ele mas todo mundo o adora. ele sempre ganha cigarro e cerveja!! então, um dia estava aqui no bar o cadinho. e nesse dia o depim estava aqui e eu dando atenção pra ele e de repente ele quis escrever o nome dele e não sabia. daí ele escreveu o apelido: depim. e sabia! tem muitos analfabetos aqui, mas tem escola para adultos à noite. ele não vai. sentamos na mesa eu, ele e o cadinho. começamos a fazer conta. o cadinho dando cerveja pro depim, música alta e ele acertando todas as contas!! a gente foi ficando impressionado com a concentração e vontade dele e ficamos umas duas horas nessa. rachando de rir e o depim fazendo conta conta conta! o cadinho foi embora pra cidade dele e o depim começou a vir todos os dias "fazer aula" no lagoa. uma gracinha. ele vinha, eu passava umas contas (de somar) e a gente ficava fazendo enquanto o povo não começava a chegar no bar. dei uma borracha e um lápis pra ele e mandei ele arrumar um caderno. no dia seguinte ele me aparece com o caderno. coisa mais fofa!!! e no dia seguinte vem escrito assim na etiqueta do caderno:
escola: lagoa
turma: única
aluno: depim
gente!!! escola lagoa ninguém merece!! pensei: putz! se essa moda pega!! e tive que explicar pro depim que ali não era escola, que a gente ia fazer contas quando desse, porque ali eu trabalhava e não podia ficar dando atenção pra ele sempre blá!! e era fofo demais, todo dia às seis ele, o caderninho debaixo do braço, o cigarrinho em outro e toda aquela felicidade!!e um dia ele chegou e disse arretado (como diz o povo daqui):
_ porra carol, hoje a bomba estragou, o fulano até foi pra arraial pra consertar e a empregada queria que eu fosse no rio pegar água pra molhar as plantas. e quando eu fui comer e o fulano deixou a cozinha cheia de louça e a geladeira vazia. e estava cheio de folha no chão pra eu varrer. e eu só pensando nas contas nas contas (é o para-casa). tinha um monte de trabalho mas eu só tinha cabeça nas contas. daí eu mandei a empregada pra porra, comi uma manga, larguei tudo pra lá e fui fazer as contas.
olha que fofo!!!! sem contar que ele mobiliza a vila. já o vi em vários pontos com os para-casas e a galera ajudando!! e chega com as continhas todas certas. ai que lindo!!
e quando ele fica bravo porque está difícil resolver a conta ele diz: mas por quê , meu amor? e eu falo: depim, meu amor não. carol!!! meu amor.. quê isso, depim!?! ou quando fala que sou professora dele também corto e repito todo aquele sermão de novo.
resultado: isso acabou. depim bebe muita cachaça e tinha dia que chegava chapadin e eu mandava ele voltar. na semana santa dei folga pra ele e depois ele veio na segunda e eu acabei com as aulas. falei que ele tinha que ir pra escola e se tivesse dúvida que poderia vir aqui que eu teria o maior prazer de ajudar. ele ficou triste até. disse que a mãe ia ficar muito chateada...
escola: lagoa
turma: única
aluno: depim
gente!!! escola lagoa ninguém merece!! pensei: putz! se essa moda pega!! e tive que explicar pro depim que ali não era escola, que a gente ia fazer contas quando desse, porque ali eu trabalhava e não podia ficar dando atenção pra ele sempre blá!! e era fofo demais, todo dia às seis ele, o caderninho debaixo do braço, o cigarrinho em outro e toda aquela felicidade!!e um dia ele chegou e disse arretado (como diz o povo daqui):
_ porra carol, hoje a bomba estragou, o fulano até foi pra arraial pra consertar e a empregada queria que eu fosse no rio pegar água pra molhar as plantas. e quando eu fui comer e o fulano deixou a cozinha cheia de louça e a geladeira vazia. e estava cheio de folha no chão pra eu varrer. e eu só pensando nas contas nas contas (é o para-casa). tinha um monte de trabalho mas eu só tinha cabeça nas contas. daí eu mandei a empregada pra porra, comi uma manga, larguei tudo pra lá e fui fazer as contas.
olha que fofo!!!! sem contar que ele mobiliza a vila. já o vi em vários pontos com os para-casas e a galera ajudando!! e chega com as continhas todas certas. ai que lindo!!
e quando ele fica bravo porque está difícil resolver a conta ele diz: mas por quê , meu amor? e eu falo: depim, meu amor não. carol!!! meu amor.. quê isso, depim!?! ou quando fala que sou professora dele também corto e repito todo aquele sermão de novo.
resultado: isso acabou. depim bebe muita cachaça e tinha dia que chegava chapadin e eu mandava ele voltar. na semana santa dei folga pra ele e depois ele veio na segunda e eu acabei com as aulas. falei que ele tinha que ir pra escola e se tivesse dúvida que poderia vir aqui que eu teria o maior prazer de ajudar. ele ficou triste até. disse que a mãe ia ficar muito chateada...
aaaaaah depim depim!