- É cação.
- Não é não.
- Ah você entende de peixe agora?
- Cação não é.
Messias que cresceu entre barcos de pesca e o salão da casa de baile de seu pai, duvida da namorada urbanóide.
- Tem razão, é pescadinha.
Messias que nasceu vendo seu pai desenredando rede de pescaria de frente pro rio Caraíva, se surpreende com a sabedoria da namorada que sempre brincou dentro de apartamento, enquanto ela, mastigando a pescadinha com farinha de puba, ri dele maliciosamente.
- Ai meu Santo Antônio, amanhã é meu último dia. – suspira com os olhos cheios d´água. Ele sempre ri quando ela fala assim. Gosta de saber que ela quer voltar, ou melhor, alimenta suas esperanças de que breve ela volte pra ficar.
- Tem razão, é pescadinha.
Messias que nasceu vendo seu pai desenredando rede de pescaria de frente pro rio Caraíva, se surpreende com a sabedoria da namorada que sempre brincou dentro de apartamento, enquanto ela, mastigando a pescadinha com farinha de puba, ri dele maliciosamente.
- Ai meu Santo Antônio, amanhã é meu último dia. – suspira com os olhos cheios d´água. Ele sempre ri quando ela fala assim. Gosta de saber que ela quer voltar, ou melhor, alimenta suas esperanças de que breve ela volte pra ficar.
Pobre Messias! Não sabe que a moça que nasceu em maternidade particular e cresceu entre os muros altos de um condomínio, vendo o pai bater o martelo de causas impossíveis e que, por causa disso, o dinheiro não cabia mais debaixo dos colchões, nutria-se de outros sonhos.
Ela que viajara o mundo vendo o mar de cima, tinha planos bem distintos de Messias, que conhecia tudo das marés. Ele que só tem olhos pra ela, inocentemente. Ela que olha para outros lados, incansavelmente.
Encontros.
Desencontros.
Tantos mais desencontros essa vida.
*aquarela de sophie alves.
*aquarela de sophie alves.