terça-feira, 16 de novembro de 2010


era engraçado o barulhinho que a chaleira fazia esquentando a água pro café... ela gemia! e ele disse que lembrava você. ui, chega a dar um arrepio, mas elogio ou disparate? depende de que lado você está. se aqui dentro deste apartamento, tan calentito, ou pra lá dessa varanda. porque aquelas noites, essas noites! e madrugadas, manhãs, tardes, deviam de acordar os vizinhos. ah se! se um domingo ele acordou arretado com a TV do apê ao lado e outro dia, participava d´uma corrida de fórmula 1 vinda do corredor, então eles também haveriam de compartilhar dos gemidos da chaleira. e até a respiração dele que não era só você que ouvia. cada um se diverte como pode! outro dia falamos de amores líquidos, que "duram" fugazes, do prazer de consumir e descartar. e agora você se delicia surpresa e quer dizer aos 4 cantos: alô pessoas! vocês deveriam insistir, investir e acreditar. nisso, nessas coisinhas do amor! de repente você precisa que elas saibam que um tempinho a mais pode aproximar, viciar, fazer apaixonar-se... e que assim, tem tanto mais sabor! a contraindicação é uma só e boba: afasta-se un poquitín da civilização. explica-se fácil: a paixão é egoísta. pura constatação! as pessoas ali de fora somem da sua vista. é assim que nem coelhinho no cio, você só enxerga o seu parzinho. você bem gosta. te basta, te sacia e te lava, a alma! você perplexo percebe o poder que ele tem de provocar coisinhas em você. ei, concluam: o novo é atraente sim, mas e a vontade daquilo que você já conhece? é bem mais profundo! e a segurança? como é bom ter confiança de que você quer e você vai ter e creia-me, a euforia vai tomar conta de você, assim, sereno. um remedinho bálsamo na sua expectativa e na sua pele. apetito afecto entrega unión esmero voluntad pasión afición calenturas a flor de piel. dá uma chance, larga de ser arredio, deixa disso: preconceitos, experiências ruins, teorias, disse me disse... tenta querer um pouquinho, bancar, provar, deixar acontecer. vai  inteiro. e então, morra e viva! quem é que podia imaginar?